Temos hoje na Sessão Nobel:
William Faulkner
William Faulkner. Americano, nascido no ano de 1897 no estado do Mississippi (sul dos EUA), trinta anos após a derrota dos estados do sul na Guerra de Secessão. Devido a essa sua origem sulina, muito da sua vida e da sua obra é influenciada pela decadência do pós-guerra e pelos hábitos degenerados dos sulistas. De família bem conhecida, Faulkner criou diversos personagens baseados em seus familiares, personagens que permeiam seus romances, suas novelas e contos. Possuía o desejo de entrar para o exercito americano, mas devido a baixa estatura foi rejeitado, conseguindo ingressar na força armada canadense. Exerceu vários tipo de trabalho: livreiro, roteirista, pintor, carpinteiro, entre outros; publicou, como escritor, sua primeira obra em 1924: The Marble Faun, uma coletânea de poemas, já o seu primeiro romance, Soldiers' Pay foi publicado em 1926, três anos depois casa-se com Estela Oldham (Faulkner teve diversas relações fora do casamento), nesse mesmo ano (1929) lança dois grandes romances: Sartoris e The Sound and the Fury (em pt, O Som e a Fúria), reconhecida por alguns como a sua maior obra. Faulkner morreu aos 64 anos em julho de 1962, por complicações cardíacas.
A obra de William Faulkner é construída, em boa parte, por fluxo de consciência (a história caminha da forma que caminha na cabeça de tal personagem, como lampejos de memoria que vão surgindo, e acabam por formar a narrativa), contando toda a decadência dos estados do sul dos Estados Unidos, com técnicas bem particulares de escrita e de construção dos personagens: as vezes não fazendo uso da pontuação, mesclando parágrafos bem longos com outros bem curtos, repetindo nomes para diferentes personagens... Enfim, William Faulkner possuía um estilo literário muito próprio, fugindo do comum à grande parte dos romances/contos/novelas.
Em sua premiação, William Faulkner recebeu tal menção:
A obra de William Faulkner é construída, em boa parte, por fluxo de consciência (a história caminha da forma que caminha na cabeça de tal personagem, como lampejos de memoria que vão surgindo, e acabam por formar a narrativa), contando toda a decadência dos estados do sul dos Estados Unidos, com técnicas bem particulares de escrita e de construção dos personagens: as vezes não fazendo uso da pontuação, mesclando parágrafos bem longos com outros bem curtos, repetindo nomes para diferentes personagens... Enfim, William Faulkner possuía um estilo literário muito próprio, fugindo do comum à grande parte dos romances/contos/novelas.
Em sua premiação, William Faulkner recebeu tal menção:
"por sua contribuição forte e
artisticamente incomparável para
o moderno romance americano"
A resenha será de O Som e a Fúria, que você conferem a seguir.
O Livro
Um livro complexo, dividido em quatro partes, com quatro tipos de narrativas diferentes, e peculiaridades características da escrita do autor.
Em O Som e a Fúria teremos contada a história de uma família vivendo no sul dos Estados Unidos nas primeiras décadas do século XX. A família Compson: de origem rica, dona de terras e produtora de algodão. Essa família conhecerá o seu declínio durante o período em que se passa a história. A quantidade de personagem é relativamente grande, são sete membros da família e mais os escravos que servem na casa. Temos os pais, Jason e Caroline e seus quatro filhos, Quentin, Candace, Jason e Benjamin, que é deficiente mental e sofre, mesmo dentro do meio familiar, por isso.
A história é dividida em quatro partes, com diferentes formas narrativas e com diferentes narradores.
A primeira parte é do ponto de vista de Benjamin, com momentos de profunda confusão, temos uma leitura complicadinha, já que seguimos o fluxo de consciência do personagem, indo e voltando no tempo sem qualquer tipo de aviso, passando de cena em cena de forma brusca.
Na segunda parte entramos na cabeça de Quentin, filho amado, que ingressou em Harvard por desejo do pai. Nessa parte existe momentos de, digamos, lucidez, em que acompanhamos algumas cenas da vida do personagem longe de casa, mas também temos momentos de confusão, em que nos perdemos no fluxo de consciência do personagem, com trechos sem qualquer tipo de pontuação. Nessa parte passei certa raiva, pois, nos momentos de lucidez a história caminhava de forma interessante mas nos momentos de confusão, eu seguia lendo páginas e mais páginas sem entender nada. Foi bem maçante.
A história é dividida em quatro partes, com diferentes formas narrativas e com diferentes narradores.
A primeira parte é do ponto de vista de Benjamin, com momentos de profunda confusão, temos uma leitura complicadinha, já que seguimos o fluxo de consciência do personagem, indo e voltando no tempo sem qualquer tipo de aviso, passando de cena em cena de forma brusca.
Na segunda parte entramos na cabeça de Quentin, filho amado, que ingressou em Harvard por desejo do pai. Nessa parte existe momentos de, digamos, lucidez, em que acompanhamos algumas cenas da vida do personagem longe de casa, mas também temos momentos de confusão, em que nos perdemos no fluxo de consciência do personagem, com trechos sem qualquer tipo de pontuação. Nessa parte passei certa raiva, pois, nos momentos de lucidez a história caminhava de forma interessante mas nos momentos de confusão, eu seguia lendo páginas e mais páginas sem entender nada. Foi bem maçante.
Na terceira parte, em primeira pessoa, como nas partes anteriores, entramos na mente de Jason, em um momento mais avançado da história. Uma parte completamente "lucida", se posso colocar dessa forma. Se torna mais fácil acompanhar a evolução da história.
Sem a presença de alguns personagem, que descobrimos que já faleceram, essa parte nos apresenta uma nova personagem: Quentin, filha de Candace. Pode parecer um pouco fora do comum mas Quentin, no livro, tanto serve como nome para personagem masculino, quanto para personagem feminino. Quentin, sofre na mão do seu tio, Jason, um homem ignorante e malvado.
Na última parte a forma narrativa muda, acompanhamos os momentos finais da família em terceira pessoa. Com uma certa tensão que permeia toda a obra com a situação da família, com intrigas e mistérios dentro da própria casa, assim como relações não tão claras entre os personagens, a dúvida, então, impera e o fim se encaminha para os Compson.
Um livro em parte difícil de se ler, em parte agradável, em parte diferente. Vemos aquilo que é o inicio do fluxo de consciência na literatura.
Faulkner, com O Som e a Fúria conquistou a crítica, muito por essa técnica em que o leitor entra na mente do personagem e acompanha o desenrolar dos fatos a partir do seu ponto de vista.
Sem a presença de alguns personagem, que descobrimos que já faleceram, essa parte nos apresenta uma nova personagem: Quentin, filha de Candace. Pode parecer um pouco fora do comum mas Quentin, no livro, tanto serve como nome para personagem masculino, quanto para personagem feminino. Quentin, sofre na mão do seu tio, Jason, um homem ignorante e malvado.
Na última parte a forma narrativa muda, acompanhamos os momentos finais da família em terceira pessoa. Com uma certa tensão que permeia toda a obra com a situação da família, com intrigas e mistérios dentro da própria casa, assim como relações não tão claras entre os personagens, a dúvida, então, impera e o fim se encaminha para os Compson.
Um livro em parte difícil de se ler, em parte agradável, em parte diferente. Vemos aquilo que é o inicio do fluxo de consciência na literatura.
Faulkner, com O Som e a Fúria conquistou a crítica, muito por essa técnica em que o leitor entra na mente do personagem e acompanha o desenrolar dos fatos a partir do seu ponto de vista.
Como eu disse no começo dessa resenha, O Som e a Fúria é um livro complexo, que caso você venha a ler, deve ter em mente que não se trata de um livro trivial ou de consumação rápida, haverá momentos maçantes, mas acredito que a confusão faz parte da beleza da obra, da exploração da técnica do fluxo de consciência que o autor quis trazer; então tenha coragem e paciência para enfrentar esse livro.
Essa obra, para mim, não ficará marcada, não por ser um livro ruim, mas sim por não ter sido um grande livro para um leitor (ainda) casual como eu. Talvez no futuro, com mais bagagem faulkeriana nas costas, eu aprecie, digamos que, melhor esse livro.
Livro: O Som e a Fúria Avaliação:
Autor(a): William Faulkner Minha Nota: 4.0
Páginas: 384 Skoob: 4.3
Editora: Cosac Naify Goodreads: 3.85
Tradutor(a): Paulo Henriques Britto
Título Original: The Sound and the Fury
Essa obra, para mim, não ficará marcada, não por ser um livro ruim, mas sim por não ter sido um grande livro para um leitor (ainda) casual como eu. Talvez no futuro, com mais bagagem faulkeriana nas costas, eu aprecie, digamos que, melhor esse livro.
Livro: O Som e a Fúria Avaliação:
Autor(a): William Faulkner Minha Nota: 4.0
Páginas: 384 Skoob: 4.3
Editora: Cosac Naify Goodreads: 3.85
Tradutor(a): Paulo Henriques Britto
Título Original: The Sound and the Fury
- Henrique