Trago a vocês hoje mais uma resenha da série/desafio Sessão Nobel, em que escritores laureados com o Premio Nobel de Literatura são trazidos aqui para o blog pelo singelo blogueiro que vos escreve.
E o escritor lido e resenhado da vez é o irlandês,
E o escritor lido e resenhado da vez é o irlandês,
Samuel Beckett
Nascido na capital da Irlanda, Dublin, em 1906, Beckett era de família abastada, viveu a maior parte da sua vida adulta em Paris, na frança, onde conheceu James Joyce, renomado escritor também irlandês que serviu de inspiração para Beckett. Escrevia em inglês e francês, e ficou para a história como um dos escritores mais influentes do século XX. Durante a sua vida, Samuel Beckett escreveu diversos tipos de textos: ensaios, contos, novelas, peças, romances e alguns roteiros para o cinema e para a televisão.
Agraciado em 1969 pelo Premio Nobel de Literatura, Beckett recebeu a seguinte menção:
Agraciado em 1969 pelo Premio Nobel de Literatura, Beckett recebeu a seguinte menção:
"pela sua escrita, que
- em novas formas para o romance e drama -
na destituição do homem moderno,
adquire sua elevação."
- em novas formas para o romance e drama -
na destituição do homem moderno,
adquire sua elevação."
Resenharei agora o seu primeiro romance: Murphy
O Livro
Com uma história que gira em torno do personagem que intitula a obra, Murphy é um livro denso, onde o autor explora, em um foco principal, o existencialismo, o pessimismo e a insanidade, com um certo toque de humor negro.
Murphy foi publicado pela primeira vez em 1938 em inglês, e levado posteriormente para o francês pelo próprio autor. Murphy, o personagem, durante a história, vive uma crise existencial, em busca do nada, do estado de não-existência, e para cumprir esse objetivo o nosso protagonista tem a ajuda de sua cadeira de balanço (talvez pareça estranho, mas faz um pouco mais de sentido quando se lê o livro), com a qual consegue chegar mais próximo possível desse estado de suspensão.
A vida dos outros personagens (Neary, seu antigo professor, Wiley, Cooper e srta. Counihan, seus amigos e Celia, o seu amor), gira em torno do protagonista; Murphy é o fator motivador das atitudes dos personagens, as vezes mesmo de forma inconsciente por parte destes.
A vida dos outros personagens (Neary, seu antigo professor, Wiley, Cooper e srta. Counihan, seus amigos e Celia, o seu amor), gira em torno do protagonista; Murphy é o fator motivador das atitudes dos personagens, as vezes mesmo de forma inconsciente por parte destes.
Murphy não foi uma leitura fácil, o autor faz uso de diversas referências que as vezes eram acompanhadas com notas no final do livro inseridas pelo tradutor e as vezes não, o que me deixou perdido e sem entender muito bem certas passagens e diálogos. A pegada filosófica do livro é marcante, com a citação de Sócrates, Descartes, e outros filósofos; além da influência, implícita à toda a escrita beckettiana, de Schopenhauer em relação ao recorrente pessimismo.
No final do livro, nessa edição da falecida (e maravilhosa) Cosac Naify, há um posfacio de autoria do pintor e ensaísta Nuno Ramos, que fala nesse texto que Murphy é um livro que ainda não possuía todas as características que Samuel Beckett viria a desenvolver depois em suas outras obras. Murphy é um inicio, um ponto fora da curva olhando em perspectiva as suas criações literárias.
No final do livro, nessa edição da falecida (e maravilhosa) Cosac Naify, há um posfacio de autoria do pintor e ensaísta Nuno Ramos, que fala nesse texto que Murphy é um livro que ainda não possuía todas as características que Samuel Beckett viria a desenvolver depois em suas outras obras. Murphy é um inicio, um ponto fora da curva olhando em perspectiva as suas criações literárias.
Murphy é um tipo de livro que é interessante ser relido; não é uma leitura fácil e que se possa fazer de maneira banal, você precisará refletir sobre o que os personagens estão passando, seus dilemas filosóficos; esse, e eu imagino que todos os outro livros do autor, demandam reflexão. Eu mesmo pretendo reler essa obra e ler outros livros e textos do Beckett em um tempo futuro, quando eu tiver mais conhecimento e maturidade no campo literário em geral e até no campo filosófico; assim, eu acredito, que a obra desse influente escritor irlandês fluirá de uma maneira mais agradável para mim. ;)
Livro: Murphy Avaliação:
Autor(a): Samuel Beckett Minha Nota: 4,0
Páginas: 254 Skoob: 4,1
Editora: Cosac Naify Goodreads: 3,9
Tradutor(a): Fábio de Souza Andrade
Título Original: Murphy
- Henrique