Um livro que mergulha com excelência nas turvas águas da psicologia humana. Denso e real, Crime e Castigo vem, com toda a força de um clássico, impressionar os seus leitores.
Crime e Castigo (em russo, Преступле́ние и наказа́ние) foi publicado originalmente em 1866 (a exatos 150 anos), escrito pelo russo Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski (1821 - 1881), considerado um dos maiores escritores russos da história. O romance é considerado pelos críticos como a maior obra do escritor, além de fazer parte do haul dos clássicos mundiais.
Dostoiévski nos trás a história de Rodion Romanôvitch Raskólnikov, um jovem que saiu do interior da Rússia, onde morava com sua mãe e sua irmã, para estudar Direito em São Petersburgo. O fio da narração se inicia três anos após a chegada de Raskolnikov na cidade grande. Nesse momento (inicio da narrativa) ele vive em uma situação precária e um pouco perturbadora, como será dito depois, esse aspecto perturbador emana do personagem devido as suas características: ele é um hipocondríaco nato, e também um monomaníaco (que segundo uma definição do Google, é: forma de loucura em que um único pensamento ou ideia absorve a mente do indivíduo).
Raskólnikov é um rapaz que pensa, e muito. Ele pondera sobre diversos assuntos e ideias que tem, é possível vê-lo talvez como um gênio, ou talvez como maluco mesmo. Ele tem na sua cabeça uma teoria sobre as pessoas, dividindo-as entre ordinárias e extraordinários. Essa ideia rege parte das suas atitudes, e é apresentada mais para o meio do livro. Não trarei mais detalhes porque posso comprometer a leitura de alguns, mas a teoria é bem interessante e ajuda a elucidar muito da mente do protagonista.
Dostoiévski nos trás a história de Rodion Romanôvitch Raskólnikov, um jovem que saiu do interior da Rússia, onde morava com sua mãe e sua irmã, para estudar Direito em São Petersburgo. O fio da narração se inicia três anos após a chegada de Raskolnikov na cidade grande. Nesse momento (inicio da narrativa) ele vive em uma situação precária e um pouco perturbadora, como será dito depois, esse aspecto perturbador emana do personagem devido as suas características: ele é um hipocondríaco nato, e também um monomaníaco (que segundo uma definição do Google, é: forma de loucura em que um único pensamento ou ideia absorve a mente do indivíduo).
Raskólnikov é um rapaz que pensa, e muito. Ele pondera sobre diversos assuntos e ideias que tem, é possível vê-lo talvez como um gênio, ou talvez como maluco mesmo. Ele tem na sua cabeça uma teoria sobre as pessoas, dividindo-as entre ordinárias e extraordinários. Essa ideia rege parte das suas atitudes, e é apresentada mais para o meio do livro. Não trarei mais detalhes porque posso comprometer a leitura de alguns, mas a teoria é bem interessante e ajuda a elucidar muito da mente do protagonista.
Um verdadeiro calhamaço (com quase 600 páginas, na tradução de Oleg Almeida para o português), Crime e Castigo é escrito com maestria; a narrativa flui, toda a construção é verossímil, não ficam pontas na trama, e além disso, as situações, os acontecimentos surgem com a mesma verdade que os acontecimentos e as situações na vida real; de forma inesperada os fatos e os ocorridos vão se apresentando, assim como acontece na realidade.
As descrições feitas pelo autor são primorosas, tanto as feitas por meio do narrador, que apresenta os personagens na sua forma física e também na sua forma psicológica, quanto por meio do próprio personagem, que exprime aquilo que ele é por meio de suas falas e de seus pensamentos, que aparecem na narrativa em diversas partes.
Como já deve ter dado para imaginar a narrativa é em 3ª pessoa, com um diferencial: o narrador é, digamos, consciente: ele (como todo e qualquer narrador) conhece o passado, o presente e o futuro da história e dos personagens, mas, além disso, ele sabe que está narrado, é como se ele (construindo uma imagem, para exemplificar) estivesse diante de uma fogueira contando para outras pessoas sobre Raskólnikov e os outros personagens, talvez não tão informal assim, mas algo como do tipo. Ele também faz certos julgamentos de valor, nada que vá comprometer a construção da narrativa ou do personagem, na verdade são julgamentos ligados a personalidade dos personagens.
As descrições feitas pelo autor são primorosas, tanto as feitas por meio do narrador, que apresenta os personagens na sua forma física e também na sua forma psicológica, quanto por meio do próprio personagem, que exprime aquilo que ele é por meio de suas falas e de seus pensamentos, que aparecem na narrativa em diversas partes.
Como já deve ter dado para imaginar a narrativa é em 3ª pessoa, com um diferencial: o narrador é, digamos, consciente: ele (como todo e qualquer narrador) conhece o passado, o presente e o futuro da história e dos personagens, mas, além disso, ele sabe que está narrado, é como se ele (construindo uma imagem, para exemplificar) estivesse diante de uma fogueira contando para outras pessoas sobre Raskólnikov e os outros personagens, talvez não tão informal assim, mas algo como do tipo. Ele também faz certos julgamentos de valor, nada que vá comprometer a construção da narrativa ou do personagem, na verdade são julgamentos ligados a personalidade dos personagens.
A história de Crime e Castigo se desenrola de forma instigante, além de ser muito bem construída. Temos um protagonista fora do comum, que passa por muito sufoco, tudo por culpa dele mesmo. Com uma personalidade forte, me peguei tentando encaixa-lo nos tipos bons ou nos tipos ruins, de ser humano, mas entendi logo que Raskólnikov está além desse binarismo rotulador, assim como todos as pessoas; tudo vai além de ser mau ou bom.
O final, sempre uma coisa delicada em sí, me deixou bem contente, não poderia ser diferente; bons escritores sabem construir bons personagens e boas histórias, com bons finais (que fique claro que final bom não está, necessariamente, ligado a um final em que todos saem felizes para sempre).
Enfim, encontrei em Crime e Castigo tudo que um livro precisa para ser um clássico: bom enredo, boa construção da narrativa e dos personagens (que nesse caso é especial, já que Dostoiévski quis trazer a questão da psicologia humana para a obra), o estado de reflexão, ao qual o leitor é posto, e um final legítimo. No final das contas, não há nada mais justo do que esse livro ser considerado um clássico mundial.
O final, sempre uma coisa delicada em sí, me deixou bem contente, não poderia ser diferente; bons escritores sabem construir bons personagens e boas histórias, com bons finais (que fique claro que final bom não está, necessariamente, ligado a um final em que todos saem felizes para sempre).
Enfim, encontrei em Crime e Castigo tudo que um livro precisa para ser um clássico: bom enredo, boa construção da narrativa e dos personagens (que nesse caso é especial, já que Dostoiévski quis trazer a questão da psicologia humana para a obra), o estado de reflexão, ao qual o leitor é posto, e um final legítimo. No final das contas, não há nada mais justo do que esse livro ser considerado um clássico mundial.
Ficha Técnica
Livro: Crime e Castigo
Autor(a): Fiódor Dostoiévski
Páginas: 591
Editora: Martin Claret
Tradutor(a): Oleg Almeida
Título Original: Преступле́ние и наказа́ние
Autor(a): Fiódor Dostoiévski
Páginas: 591
Editora: Martin Claret
Tradutor(a): Oleg Almeida
Título Original: Преступле́ние и наказа́ние
Avaliação
4,9 4.5 4.17
- Henrique