“– Only this and nothing more”
Lançado em 1991, Jogo Perigoso é um livro escrito pelo americano Stephen King, conhecido como um dos maiores escritores de livros com a temática de terror ainda vivo e que, nesse livro, trata de diversos temas obscuros como o sadomasoquismo, o estupro e a necrofilia.
A maior parte do livro (tirando um pequeno trecho no final) é narrada em terceira pessoa por um narrador bastante livre que em alguns trechos se confunde com os pensamentos da própria personagem principal (não chega a ser onisciência seletiva¹), Jessie Burlingame; seguimos como observadores da situação desta, que se vê algemada em sua própria cama após a morte do seu marido durante uma relação sexual entre eles. Testemunhamos as horas de sofrimento pelo qual Jessie passa.
Imagine-se na situação: você esta preso a sua própria cama, ninguém, por alguns dias, ao menos, perceberá o seu sumiço; você como qualquer ser humano precisa suprir suas necessidades biológicas, tem que se alimentar, se manter hidratado, e pra isso precisa descobrir um jeito de se livrar das algemas que te prendem, sem enlouquecer. Pense no que você faria. A situação é agoniante, não?
King constrói uma personagem complexa e que em boa parte do livro será a única personagem a qual teremos acesso. Durante o desenrolar da história vamos conhecendo melhor essa personagem: sua vida, a sua mente (que descobrimos ser o lar de diversas vozes, que a auxilia e a atrapalha), a sua infância conturbada com um acontecimento bem tenso que vamos descobrir durante o enredo, enfim; criamos uma conexão com a personagem, refletimos com ela e sofremos com ela, o autor consegue colocar essa agonia nas páginas do livro e nós sentimos; é uma agonia física (claro, você imaginou a situação como eu pedi, não é?), e uma agonia psicológica, fantasmas do passado e fantasmas do presente assombram Jessie, ela tem toda a disponibilidade (forçada) do mundo para pensar na sua situação e no seu passado; é enlouquecedor, o tempo passa e a situação dela só piora.
King é realmente um mestre, minha primeira leitura de um livro dele foi uma boa leitura, ele, como eu disse, transpõe para o papel sentimentos, além de fazer paralelos e referências inteligentíssimas a outras obras, como o Corvo, do Edgar Allan Poe (com um trecho citado no inicio da resenha); é legal ficar de olhos nessas referências (que se perdem um pouco por conta da tradução para o português), para entrar mais na obra, na construção que o autor faz.
Em relação ao final da obra, ele é condizente e também chocante.
É isso, espero que tenham gostado desse novo tipo de resenha (mais conscisa e focada) que estou experimentando aqui para o blog, e que leiam esse livro e outros do King (pretendo trazer mais resenhas sobre livros dele).
Agora trago para vocês algo que eu não trazia há algum tempo, as capas do livro em outros países (importante notar que o titulo original é Gerald's Game, sendo Gerald o nome do marido de Jessie).
A maior parte do livro (tirando um pequeno trecho no final) é narrada em terceira pessoa por um narrador bastante livre que em alguns trechos se confunde com os pensamentos da própria personagem principal (não chega a ser onisciência seletiva¹), Jessie Burlingame; seguimos como observadores da situação desta, que se vê algemada em sua própria cama após a morte do seu marido durante uma relação sexual entre eles. Testemunhamos as horas de sofrimento pelo qual Jessie passa.
Imagine-se na situação: você esta preso a sua própria cama, ninguém, por alguns dias, ao menos, perceberá o seu sumiço; você como qualquer ser humano precisa suprir suas necessidades biológicas, tem que se alimentar, se manter hidratado, e pra isso precisa descobrir um jeito de se livrar das algemas que te prendem, sem enlouquecer. Pense no que você faria. A situação é agoniante, não?
King constrói uma personagem complexa e que em boa parte do livro será a única personagem a qual teremos acesso. Durante o desenrolar da história vamos conhecendo melhor essa personagem: sua vida, a sua mente (que descobrimos ser o lar de diversas vozes, que a auxilia e a atrapalha), a sua infância conturbada com um acontecimento bem tenso que vamos descobrir durante o enredo, enfim; criamos uma conexão com a personagem, refletimos com ela e sofremos com ela, o autor consegue colocar essa agonia nas páginas do livro e nós sentimos; é uma agonia física (claro, você imaginou a situação como eu pedi, não é?), e uma agonia psicológica, fantasmas do passado e fantasmas do presente assombram Jessie, ela tem toda a disponibilidade (forçada) do mundo para pensar na sua situação e no seu passado; é enlouquecedor, o tempo passa e a situação dela só piora.
King é realmente um mestre, minha primeira leitura de um livro dele foi uma boa leitura, ele, como eu disse, transpõe para o papel sentimentos, além de fazer paralelos e referências inteligentíssimas a outras obras, como o Corvo, do Edgar Allan Poe (com um trecho citado no inicio da resenha); é legal ficar de olhos nessas referências (que se perdem um pouco por conta da tradução para o português), para entrar mais na obra, na construção que o autor faz.
Em relação ao final da obra, ele é condizente e também chocante.
É isso, espero que tenham gostado desse novo tipo de resenha (mais conscisa e focada) que estou experimentando aqui para o blog, e que leiam esse livro e outros do King (pretendo trazer mais resenhas sobre livros dele).
Agora trago para vocês algo que eu não trazia há algum tempo, as capas do livro em outros países (importante notar que o titulo original é Gerald's Game, sendo Gerald o nome do marido de Jessie).
¹ Quando uma instância narrativa assume o lugar do narrador transmitindo pensamentos, percepções e sentimentos de personagens assim que eles surgem (em discurso indireto livre). Exemplos de livros em onisciência seletiva: Mrs. Dalloway (Virginia Woolf) e Retrato do Artista Quando Jovem (James Joyce).
Capas Pelo Mundo
Eai, quais você gostou mais? Eu gostei mais da primeira capa brasileira (que apesar do seu design antigo tem todo o seu charme) e da capa inglesa (tirando a fonte que usaram no nome do Stephen King haha).
A capa japonesa é interessante por abordar outro elemento do enredo (só lendo para saber).
A capa japonesa é interessante por abordar outro elemento do enredo (só lendo para saber).
Ficha Técnica
Livro: Jogo Perigoso
Autor(a): Stephen King
Páginas: 336
Editora: Suma de Letras
Tradutor(a): Lia Wyler
Título Original: Gerald's Game
Autor(a): Stephen King
Páginas: 336
Editora: Suma de Letras
Tradutor(a): Lia Wyler
Título Original: Gerald's Game
Avaliação
4,7 3,6 3,46